A Profa. Catia Nunes da Cunha (UFMT/INAU), juntamente com sua equipe, está organizando a II Reunião Técnica, a ser realizada no dia 2 de julho no INPP/UFMT. A temática da reunião abordará a Hidrogeomorfologia (leques aluviais) e contará com a presença do perito prof. Dr. Mário Assine (UNESP).

Uma das atividades é propor um modelo de compartimentarão que chamamos de Regionalização do Pantanal, seguindo os preceitos científicos adotados pelo INAU em acordo com os paradigmas desenvolvido pelos cientistas do Wetland Internacional e Ramsar”. Esta reunião técnica faz parte do Termo de Parceria do CPP com o MCTI, componente de pesquisa chamado “LEI DO PANTANAL”.

Domingo, 29 Abril 2018 20:00

5 de Junho: Dia Mundial do Meio Ambiente

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TUDO SE TRANSFORMA

Para comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), enuncio o Princípio da Conservação da Matéria, que celebrizou o cientista francês Antoine-Laurent de Lavoisier, nos idos do século XVIII: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.  Embora todos nós saibamos recitar a famosa frase de cor, parece que a sociedade de consumo moderna não compreendeu bem o que Lavoisier quis dizer há mais de duzentos anos. Explico: hoje, tudo se transforma em lixo; ponto. Estamos entulhando os nossos lixões (quem dera fossem aterros sanitários…) cada vez mais com o lixo que produzimos, esquecendo-nos de que o “tudo se transforma” é uma via de mão dupla; ou seja, aquilo que jogamos fora pode e deve ser reciclado, resultando em um meio ambiente mais limpo, mais saudável, mais bonito. Os dejetos podem também gerar energia, sendo fontes de emprego e renda, como já vem acontecendo em diversas cidades brasileiras e em outros países.  A reciclagem, embora importante, é apenas uma faceta de uma realidade complexa e que precisa ser revista, transformada. Com as atuais tecnologias, o planeta não suporta mais os níveis de consumo observados nos “países centrais”. Ao mesmo tempo, nos “países periféricos”, é a carestia, a extrema pobreza, que vem transformando o meio ambiente. A chamada “revolução verde”, que deu o prêmio Nobel da paz de 1970 para Norman E. Bourlag, aumentou significativamente a produção agrícola de diversos países, livrando parte da humanidade da fome crônica. Infelizmente, no entanto, além de não resolver o problema da fome – que é causada muito mais pelo egoísmo humano do que pela produção de alimentos – as tecnologias criadas por Bourlag e outros resultaram no uso e abuso de agrotóxicos, em concentração fundiária e na dependência de sementes modificadas, alterando significativamente a cultura dos pequenos proprietários. É portanto, oportuno que também transformemos as tecnologias de produção agrícola (e a nossa ética do egoísmo!), tornando-as menos intensivas no uso de agrotóxicos, reduzindo as perdas pós-colheitas e otimizando o consumo de água, dentre outros aspectos. Por outro lado, a produção mundial de automóveis beira os 90 milhões de veículos anuais, sendo o Brasil o quarto produtor mundial. A queima de combustíveis fósseis, tanto pelas usinas termelétricas quando pelos automóveis está lançando grande volume de gases de efeito estufa (principalmente o CO2) na atmosfera. Entra aqui o problema do individualismo na sociedade capitalista, que investiu no transporte individual em detrimento do público, tendo projetado as cidades de forma a criar no cidadão a dependência do transporte a longas distâncias, de preferencia, utilizando carro próprio.

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPQ e o Centro de Pesquisa do Pantanal – CPP firmaram no dia 28 de março de 2014 o Primeiro Termo aditivo relacionado ao CONVÊNIO 704792/2009. 

Desde 2009 o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (INAU ou INCT Áreas Úmidas), composto por pesquisadores de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e de outras regiões do Brasil e do exterior, vem realizando o levantamento e desenvolvendo um sistema para a classificação de áreas úmidas, visando contribuir para a elaboração de políticas públicas para a conservação e o manejo sustentável destes importantes biomas. O Presente Termo aditivo permitirá que esta equipe mustidisciplinar tenha o aporte necessário para produzir conhecimentos cientificamente embasados que contribuam para a tomada de decisão visando o uso sustentável das AUs. 

Para baixar o Primeiro Termo Aditivo clique aqui.

Domingo, 29 Abril 2018 20:00

O Pantanal sob Ameaça

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O Pantanal, maior área úmida alagável do planeta, é uma região exuberante, de beleza incomensurável e que presta inúmeros serviços ambientais essenciais à nossa sobrevivência, como a purificação das águas, a regulagem do ciclo hidrológico e a estabilização do microclima regional, sendo também uma rica fonte de fibras e proteínas essenciais para o nosso bem estar. Decretada como Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO em 2000, recebemos dos nossos antepassadas essa região, que é única pela diversidade cultural e biológica que abriga, mas… até quando?

O Pantanal é um ecossistema frágil, cuja ocupação pelo homem remonta há pouco mais de 300 anos, quando colonizadores espanhóis e portugueses introduziram o gado e junto com este o cavalo, como principal meio de transporte. A região adaptou-se muito bem à presença destes animais, de tal maneira que hoje eles integram a sua paisagem, sendo fundamentais para a preservação ambiental da região, pois no período das secas, pisoteiam e alimentam-se da biomassa, evitando incêndios que poderiam causar grande destruição.

Nos últimos 40 anos, no entanto, a perda de competitividade econômica do gado pantaneiro tem causado uma acentuada redução no rebanho, com o consequente barateamento das terras e a sua aquisição por novos proprietários provenientes, muitas vezes, de outras regiões do país. A saída do gado e a perda do modo tradicional de manejo das terras pantaneiras tem sido motivo de preocupação por conta dos impactos ambientais daí advindos. Não bastasse isso, a agricultura em larga escala, praticada no planalto, quando em desarmonia com a legislação e sem os devidos cuidados, ocasiona a compactação dos solos, o assoreamento dos rios e a contaminação das águas por pesticidas. O rio Taquari, em Mato Grosso do Sul, é emblemático desta situação e dispensa comentários.

No caso de Mato Grosso, a baixada cuiabana vem, até o momento, servindo como zona-tampão; ou seja, os danos ambientais gerados no planalto são amortecidos nessa região, atingindo o Pantanal com menor intensidade e fazendo com que, até o momento, este ecossistema, apesar dos impactos que já vem sofrendo – e quem viaja pelos rios Cuiabá e Paraguai pode observar tais estragos sem dificuldade – ainda se mantenha relativamente bem conservado.

Ocorre que, em anos recentes, iniciou-se um movimento de plantio de soja na baixada cuiabana, notadamente em Poconé. Isso é bastante preocupante, pois a zona que antes era tampão, agora passou a ser diretamente impactada. Acresce-se a essa preocupação o recente fato de a presidente Dilma Rousseff ter afrouxado os critérios para a liberação de agroquímicos; explico: para liberar a comercialização destas substâncias, até há pouco, era necessário o “de acordo” da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, do IBAMA e do Ministério da Agricultura. Atualmente, esta atribuição está restrita aos técnicos do ministério da agricultura que, obviamente, enxergam o problema por um único prisma, para dizer o mínimo. Atualmente, o Brasil é o maior importador de agrotóxicos, sendo que 14 dessas substâncias, que são proibidas em outros países, aqui são comercializadas sem grandes restrições.

Imaginem de agora em diante, com o afrouxamento nos critérios para a liberação destes compostos, como é que vamos ficar! Para piorar ainda mais, a soja hoje plantada em nosso país é quase que exclusivamente transgênica, demandando massivas aplicações de biocidas. O consumo médio anual de agrotóxicos por habitante no país é de cinco litros. Em Lucas do Rio Verde, cidade detentora de um dos maiores IDHs do Brasil e que tem a soja como pilar de sua pujante economia, este consumo é de 136 litros! As consequências deste consumo para a saúde e o meio ambiente da região são preocupantes e foram objeto de um recente estudo realizado por pesquisadores da UFMT. É este pois, o cenário provável para a baixada cuiabana e, por conseguinte, para o Pantanal em futuro breve.

O grande problema é a falta de uma legislação adequada, que incentive práticas de manejo ambientalmente sustentáveis, impondo limites ao uso destes contaminantes sem, no entanto, inibir esta atividade, de vital importância econômica para o estado. O marco regulatório adequado para a conservação e uso sustentável do Pantanal deveria, além de estabelecer clara e adequadamente os limites da região sobre a qual se legisla, levar também em consideração as interações Planalto-Planície, posto que são vasos comunicantes.

” A soja hoje plantada em nosso país é quase que exclusivamente transgênica, demandando massivas aplicações de biocidas”

O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (INCT-Áreas Úmidas) e o Centro de Pesquisas do Pantanal (CPP) vem atuando nesse sentido. Recentemente, cientistas ligados ao INCT e ao CPP publicaram um “Sistema de Classificação de habitats do Pantanal”. Estes cientistas, em parceria com pesquisadores de outras regiões do Brasil, publicaram também um “Sistema de Classificação de Áreas Úmidas”. Estes dois trabalhos servirão de base para uma série de discussões que terão como finalidade última contribuir para a elaboração de uma legislação que possa, enfim, garantir a conservação e o uso sustentável do Pantanal e de outras áreas úmidas semelhantes.

Ao mesmo tempo, a Aprosoja tem procurado as principais universidades do estado com a proposta de criação de um programa de pesquisa voltado à temática da “sustentabilidade da soja”. Este programa seria realizado em parceria com uma universidade holandesa, líder no setor, e com o possível apoio da CAPES. Seria uma luz no fim do túnel?

Paulo Teixeira de Sousa Jr é PhD  e professor da Universidade Federal de Mato Grosso, membro do  Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas – INCT-Áreas Úmidas e do Centro de Pesquisas do Pantanal – CPP

Publicado no jornal eletrônico 24HorasNews no dia 19/03/2014

A Edição No 29 da revista O Biólogo apresenta o projeto “Sons do Pantanal”, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Áreas Úmidas (INAU/UFMT/CNPq) em parceria com o Programa Ciência sem Fronteiras (CsF / CNPq / CAPES). O projeto envolve o monitoramento acústico da biodiversidade da região do Pantanal e os bancos de dados gerados por essas informações constituem ferramentas importantes para o estudo mais profundo das espécies. 

Para ler a matéria na íntegra acesse a revista aqui. 

Acesse o site www.ic.ufmt.br/cobra e saiba mais sobre o projeto.

A presidente Dilma Rousseff sancionou a criação do Instituto Nacional de Pesquisa do Pantanal, com sede em Cuiabá. A instalação do INPP proporciona a comunidade científica mato-grossense melhores condições para articular ações, promover novas iniciativas e propiciar o desenvolvimento de modelos e de bancos para integrar a transferência do conhecimento gerado no bioma do Centro-Oeste.

De acordo com o professor Paulo Teixeira de Sousa Júnior, coordenador em exercício do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (UFMT), e associado honorário do Centro de Pesquisas do Pantanal (CPP), com a sanção presidencial será iniciada a estruturação da equipe de pesquisadores que produzirá Ciência no INPP, que trabalhará em rede com as instituições da região, de modo a promover o fortalecimento mútuo, otimizando os recursos investidos nas pesquisas sobre o tema.

O INPP funcionará no Campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), onde toda estrutura já está construída e pronta para entrar em funcionamento. O professor Paulo Teixeira de Sousa Júnior destaca que uma articulação entre governo estadual, federal, a UFMT e mobilização de pesquisadores têm promovido Mato Grosso no cenário científico. O CPP, organização criada em 2002 por pesquisadores do Estado, motivou a instalação do INPP no campus da UFMT.

A expectativa é que os investimentos fomentem a realização de pesquisas em diversas áreas, abordando as ciências naturais, aplicadas e humanas, com o objetivo último de contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população local.

O investimento do Ministério de Ciência e Tecnologia na construção do prédio no campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) é considerado um estímulo aos estudos já desenvolvidos e de referência produzidos pelo Centro de Pesquisas do Pantanal (CPP).

Além do INPP outros dois centros de pesquisa passam a integrar a estrutura do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Foi sancionada a criação do Instituto Nacional de Águas (INA) e do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene). A lei que cria os três centros também transfere para o MCTI o Museu de Biologia Professor Mello Leitão, que passa a se chamar Instituto Nacional da Mata Atlântica. 

Assista aqui a entrevista concedida pelo professor Paulo Teixeira de Souza Júnior à TV Centro América.

A palestra “Identificação e Classificação de Áreas Úmidas Brasileiras: Bases Científicas para uma Política Nacional” será ministrada pelo Prof Dr. Wolfgang J. Junk no dia 9 de dezembro de 2013, as 15h, no Instituto Nacional de Pesquisa do Pantanal (INPP).

Palestra aborda degradação das Áreas Úmidas brasileiras 2

O CPP realiza processo seletivo para vaga de bolsista webmaster 

February 16, 2013 

O Centro de Pesquisa do Pantanal realiza processo de seleção para a vaga de bolsista webmaster com o objetivo de apoiar nas atividades de comunicação do CPP na internet (web), visando atender as necessidades dos projetos que gerencia.

Requisitos para o bolsista

a) Ter graduação em comunicação ou computação ou áreas afins;
b) Ter experiência comprovada de no mínimo 2 anos na produção de sites e comunicação via redes sociais;
c) Ter perfil científico/tecnológico adequado para a finalidade da bolsa;
d) Não acumular a presente bolsa com bolsas concedidas por qualquer agência de fomento nacional;

O candidato deverá apresentar a seguinte documentação: Anexo I devidamente preenchido; Documentos pessoais (RG e CPF); Comprovante de residência atual, Comprovação de escolaridade.

Duração: 12 a 24 meses

Benefícios/mensalidade: R$ 2.186,00. 

Para maiores informações acesse o Termo de Referência .

Na palestra “Identificação e Classificação de Áreas Úmidas Brasileiras: Bases Científicas para uma Política Nacional” , realizada no dia 09 de dezembro de 2013, o cientista renomado Wolfgang J. Junk falou sobre a importância da definição, classificação e proteção das AUs Brasileiras.

O Dr. Junk destacou que grande parte das AUs brasileiras secam completamente durante a época de seca (águas baixas) e são inundadas durante a época chuvosa (cheias). Esta peculiaridade tem que ser levado em consideração na definição e no delineamento das AUs brasileiras, para não perder os múltiplas benefícios, que eles trazem para o meio ambiente e a sociedade.

Segundo ele, as maiores ameaças, porém são: falta de uma legislação específica, baseada no conhecimento científico, que regule sua proteção; falta de uma estrutura hierárquica clara e coerente dos diferentes órgãos executores para a sua implementação e gestão voltada à sustentabilidade; falta de preparo científico e motivação por parte dos tomadores de decisão em reconhecer os diferentes tipos de AUs brasileiras; falta de interlocução destes tomadores de decisão com a comunidade científica.

A palestra contou com a presença do setor governamental, academia (entre eles estudantes e professores), ONGs.

Cientistas redigem documento alertando sobre os impactos no meio ambiente pela falta de definição e proteção das AUs Brasileiras. 

December 14, 2012.

Um grupo de especialistas denominado “Grupo de Peritos em Áreas Úmidas (AUs) Brasileiras” redigiu um documento para ser encaminhado para autoridades e divulgação para toda sociedade apontando sobre a necessidade urgente da definição, classificação e proteção das AUs Brasileiras. O documento mostra que essa é a única maneira de evitar catástrofes ambientais e há necessidade da conscientização da sociedade e governantes sobre essa discussão, pois as AUs são consideradas, para uma parte da população, sem valor econômico e que esses locais devem ser utilizados para a agropecuária, obras civis, privadas, dentre outras. O documento aponta também que é fundamental as discussões na revisão do Código Florestal Brasileiro (CFB).

O documento “Definição e Classificação das Áreas Úmidas (AUs) Brasileiras: Base Científica para uma Nova Política de Proteção e Manejo Sustentável” está disponível na versão completa e na versão resumida.